14 de fevereiro de 2010

Navalha


É eu te procurei

Todas as vezes que caí,

Em todos os escuros que me cegaram,

Em todos os vazios que vivi.

Nas noites em que o medo era soberano,

E em que o frio tirava-me o sono,

Até mesmo na morte que se aproximava...

Hoje seu coração está aqui

Sangrando em minhas mãos,

Fatiado em uma bandeja de cristal...

Sinto muito vida minha: não é o bastante?

Minha vida não é bastante?

É eu te procurei

Em todas as dores que senti,

Em todos os rancores que mataram,

Em todas as faces de que me despedi,

Até em mim mesmo que me mutilava...

Hoje minha alma está aí

Agonizando e clamando salvação,

Rejeitada, à espera de um sinal.

Será tudo vida minha, uma paixão obsedante?

Minha ilusão obsedante?

É eu te procurei

E agora que te encontrei

Jamais te deixarei escapar...

Quero ver-te em meus braços, te acalentar...

Sonho que sempre esperei

E de que nunca mais acordarei.

Nenhum comentário:

Postar um comentário