17 de dezembro de 2010

Palhaço


Serpenteando pelo asfalto
comendo a poeira negra
rastejando as migalhas
de uma misericórdia frustrada

O desentupidor de vasos
o jovem rabujento
a passos lentos

O circo foi engraçado
porque morreu o palhaço

Comprovantes de culpa
tudo é podre e traiçoeiro
o amor é divino
e amar, maldito erro

Verei você clamar
gritar meu nome
seja como for

Verei você implorar
e não cessará essa fome
o seu vício de dor

Como uma cadela vadia
madrugando no cio
você procura o céu
e só achará o vazio.

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